Por Eng. João Goulart
O Programa Reconstrução Gaúcha, lançado pelo Governo do Estado, representa uma resposta estruturada e de longo prazo à tragédia provocada pelas enchentes de 2024. Mais do que recuperar cidades e infraestrutura, o programa tem como missão promover um novo ciclo de desenvolvimento, baseado na resiliência, na sustentabilidade e na capacidade técnica local.
Neste contexto, destaca-se a necessidade urgente de formação e valorização de engenheiros. A reconstrução do estado requer uma força de trabalho altamente qualificada para planejar, projetar e executar obras de infraestrutura com segurança, eficiência e responsabilidade ambiental. Engenheiros civis, ambientais, elétricos, sanitaristas, de transportes e tantas outras especialidades tornam-se protagonistas na recuperação das estruturas públicas, habitações, sistemas logísticos e serviços essenciais.
A carência histórica de profissionais capacitados no setor público e a complexidade técnica das intervenções exigem que universidades, instituições técnicas, órgãos governamentais e entidades profissionais atuem em cooperação para formar novos engenheiros e qualificar os que já atuam no mercado. Incentivar cursos de engenharia, fomentar estágios em obras públicas, ampliar investimentos em ciência e tecnologia e estabelecer programas de capacitação contínua são medidas fundamentais para garantir o êxito do programa.
Além de atender à demanda imediata, o fortalecimento da formação em engenharia deve ser visto como uma estratégia permanente de desenvolvimento regional. Profissionais bem preparados são capazes de criar soluções inovadoras, reduzir custos, prevenir riscos e construir estruturas mais seguras frente às mudanças climáticas e aos eventos extremos.
Reconstruir o Rio Grande do Sul é também reconstruir a base técnica do estado. Valorizar a engenharia é garantir um futuro mais sólido, sustentável e justo para todos os gaúchos.